segunda-feira, 20 de junho de 2016

Ernesto Nazareth

Ernesto Júlio de Nazareth nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 20 de março de 1863 e morreu 1º de fevereiro de 1934. Ele foi um pianista e compositor brasileiro, considerado um dos grandes nomes do Tango Brasileiro, atualmente (desde a década de 20 do século XX) considerado um subgênero do choro. Sua mãe foi quem o introduziu ao piano, ensinando suas primeiras lições no instrumento.
           
Em 1877 com 14 anos, Nazareth compôs sua primeira música a polca lundu “Você bem sabe”, a qual foi editada um ano depois pela famosa Casa Arthur Napoleão.
Em 1879, ele escreveu a polca “Cruz, perigo!”.
           
Já em 1880, com 17 anos, ele fez sua primeira apresentação publica no Club Mozart. Logo, seu primeiro grande sucesso viria com a polca “Não caio noutra!”. Em 1893, o tango “Brejeiro” foi lançado pela Casa Vieira Machado. Essa música fez muito sucesso, pois se tornou conhecida, até mesmo internacionalmente, sendo publicada em Parias e nos Estados Unidos em 1914.
Em relação a família, em 1886 Nazareth se casou com Theodora Amália Leal de Meirelles, com ela teve quatro filhos: Eulina, Diniz, Maria de Lourdes e Ernestinho.
Já em 1919, ele começou a trabalhar como pianista demonstrador da Casa Carlos Gomes, propriedade que também era do pianista e compositor Eduardo Souto, com a função de executar músicas para serem vendidas. Naquele época, o jeito mais comum de ser reconhecido no meio musical era através das casas de música e seus pianistas demonstradores, pois, não havia rádio, os discos eram caros e por fim, o cinema ainda era mudo.
Sobre suas composições, geralmente era ele quem as interpretava. Ele se apresentava como pianista nas salas de cinema, bailes, reuniões e cerimônias sociais. Ele trabalhou no antigo Cinema Odeon onde muitas personalidades reconhecidas iam só para ouvi-lo. Neste mesmo lugar, Nazareth consagrou sua composição mais famosa, o tango “Odeon”.
Em 1926, já com 63 anos, Nazareth foi a rumo a uma turnê no estado de São Paulo, saindo pela primeira vez de seu estado. Inicialmente iria durar apenas 3 meses, porém, acabou se prolongando para 11 meses. Realizou concertos na capital, Campinas, Sorocaba e Tatuí.
Já em 1927, Nazareth voltou para o Rio de Janeiro. Foi um dos primeiros artistas a tocar na Rádio Sociedade, que hoje é a atual Rádio MEC. Já no final de sua vida, seu problema de audição se agravou e ainda foi diagnosticado com sífilis, sendo internado na Colônia Juliana Moreira em Jacarepaguá. Porém, em 1 de fevereiro de 1934, ele fugiu do manicômiom, sendo encontrado somente depois de três dias, já morto.

Nazareth nos deixou ao longo da sua vida 211 peças completas para piano. “Suas obras mais reconhecidas são: “Apanhei-te, cavaquinho”, “Ameno Resedá” (polcas), “Confidências”, “Coração que sente”, “Expansiva”, “Turbilhão de beijos” (valsas), “Odeon”, “Fon-fon”, “Escorregando”, “Brejeiro” “Bambino” (tangos brasileiros).”
Arnaldo Rebello

Arnaldo Rebello nasceu em Manaus em 7 de junho de 1905 e morreu em 8 de maio de 1984. Era um compositor e pianista brasileiro.
Seus estudos musicais se iniciaram em 1924 no conservatório nacional do Rio de Janeiro. Por 1 ano estudou em Paris com Robert Casadesus, usando a bolsa de estudos que foi fornecida pelo governo. Em 1953, Rebello se tornou professor na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Suas peças eram escritas principalmente para piano, e até o final de sua vida ele deixou mais de 100 canções. Suas composições incluem danças e motivos típicos do Amazonas e das regiões do Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil.
Aqui podemos conferir uma de suas composições, a música Valsa Amazônica No.1 (Evocação de Manáuas).


https://www.youtube.com/watch?v=7y2_Wzpwdl4

Algumas de suas composições:
  • Chorinho na Canôa (Como uma caixinha de Música)
  • Chôro em oitavas
  • Chôro na Amaralina (Bahia)
  • Cidade de Campos (sobre uma gravura brasileira de JG Espinosa)
  • Desafio (à maneira do Amazonas)
  • Lundú Amazonense
  • Lundú do Titio Jóca (Motivo do folclore amazonese)
  • A Menininha da Rosa
  • Ponteio Amazônico No. 1 (Caboclo imaginando ...)
  • Ponteio Amazônico No. 2 (Tuxaua)
  • Ponteio Amazônico No. 3 (Visão Gudí)
  • Ponteio Amazônico No. 4 (Tapir)
  • Ponteio Amazônico No. 6 (A juricaba)
  • Tarumã
  • Toada Bare
  • Valsa Amazônica No.1 (Evocação de Manáus)
  • Valsa Amazônica No.2 (Vitória Régia)
  • Valsa Amazônica No.3 (Lucia)
  • Valsa Amazônica No.4 (Coração de ouro)
  • Valsa de Paquetá
  • Valsa de Petrópolis
  • Velha estampa

sábado, 30 de abril de 2016

Lundu - Curiosidades


O Lundu é uma dança de origem africana que foi trazida para o Brasil pelos escravos da Angola e do Congo. É uma dança em que os homens e as mulheres podem dançar em pares ou soltos. Seu objetivo originalmente era o cortejo. Enquanto dançavam, os homens tentavam se aproximar das moças, mas elas o recusavam, porém, mais adiante na dança, ela acaba aceitando sua companhia. 

Em meados do século 18, ocorram as primeiras manifestações dessa dança no Brasil. Os escravos que trabalhavam nas senzalas faziam rodas de batuque, continuando assim, uma tradição africana, mas no Brasil.

Porém, como essa dança era muito sensual, quando ela foi levada para Portugal, ela precisou passar por um processo de peneiração. Suas performances então passaram a ser mais suavizadas para que fosse aceita na Corte Portuguesa, além de ter que se adequar aos padrões católicos, pois, a Igreja Católica na época era muito influente.

Logo no final do século 18, o Lundu se apresentava de forma mais urbana, com acompanhamento de versos, possuía humor e era muito envolvente, logo passou a ser muito popular em salões.
No fim do século 19, o Lundu atingiu sua popularidade no Brasil, possuindo um sentimentalismo mais de modinhas. O compositor e ator Xisto Bahia foi um grande responsável por divulgar o estilo no país. Não somente levado por ele, mas também pelos escravos que foram levados aos estados do Norte e Nordeste.

‘’Isto é bom’’ é uma canção escrita por Xisto Bahia e lançada por ele em 1902, pela casa Edison. Essa canção é um marco inicial das gravações fonográficas no Brasil.


https://www.youtube.com/watch?v=iUqorvESjQI

quinta-feira, 31 de março de 2016

LUNDU MARAJOARA

COREOGRAFIA:

A dança simboliza um convite que os homens fazem às mulheres "para um encontro de amor sexual". O "Lundu", considerado ao lado do "Maxixe ", uma dança altamente sensual, se desenvolve com movimentos ondulares de grande volúpia. No início as mulheres se negam a acompanhar os homens mas, depois de grande insistência, eles terminam conquistando as mulheres, com as quais saem do salão dando a idéia do encontro final.

ACOMPANHAMENTO MUSICAL:

Rabeca (violino), clarinete, reco-reco, ganzá, maracás , banjo e cavaquinho.

INDUMENTÁRIA:

Com as adaptações locais o "Lundu" sofreu diversas modificações, principalmente na indumentária. Ao contrário do primitivismo africano, apresenta todas as características marajoaras, razão por que passou a ser chamado de "Lundu marajoara". As mulheres se apresentam com lindas saias longas, coloridas e bastante largas, blusas de renda branca, pulseiras, colares, brincos vistosos e flores no cabelo. Os homens vestem calças de mescla azul-claras e camisas brancas com desenhos marajoaras. Os pares se apresentam descalços.
Como se dança o Maxixe?

Para se dançar maxixe, é necessário ter os pés praticamente plantados no chão - mexe-se pouco com eles – e precisa-se responder aos apelos sincopados da música com acentuados requebros de cintura. Dança-se maxixe com os corpos colados, e alguns cavalheiros tomam a liberdade de pousar as mãos abaixo da cintura de suas parceiras durante os volteios. No vídeo abaixo, esse grupo desenvolve bem a dança ao som de Sebastião Cirino e Duque, Música de 1927: Cristo nasceu na Bahia.


https://www.youtube.com/watch?v=9RhdcgPZ-x0

O maxixe foi a primeira dança urbana criada no Brasil. Surgiu nos forrós da Cidade Nova e nos cabarés da Lapa, Rio de Janeiro RJ, por volta de 1875.
Conhecido como a "dança proibida", era dançado em locais mal-vistos pela sociedade.
Considerado imoral aos bons costumes da época, a dança foi perseguida pela Igreja, pela polícia, pelos educadores e chefes de família.
Sua entrada nos salões elegantes das principais capitais brasileiras foi terminantemente proibida até que, em 1914, Nair de Tefé, primeira dama do país, esposa do então presidente Hermes da Fonseca, iria escolher um maxixe, o "Gaúcho" ou "Corta-jaca", de Chiquinha Gonzaga, para ser executado

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016



Músicas - Lundu

Os Beijos-de-Frade (Henrique Alves de Mesquita) – Banda dirigida por L.Gonzaga Carneiro

O Pescador (Xisto Bahia) – Maria Marta

Isto É Bom (Xisto Bahia) – Nara Leão

Lundu da Marrequinha (Francisco Manoel da Silva e Francisco de Paula Brito) – Orquestra Dirigida por Milton Calazans

Loirinha (José de Almeida e Martin Francisco Jr.) – Maria Marta

O Camaleão (Xisto Bahia) – Maria Marta

Lá no Largo da Sé (Cândido Inácio da Silva) – Orquestra Dirigida por Milton Calazans

Lundu Chorado (Nei Lopes) – Nei Lopes

Esta Noite (José Francisco Leal) – Andréa Daltro

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016



Em Portugal, o lundu recebeu polimentos da corte, como o uso dos instrumentos de corda, mas foi proibido por Dom Manuel por ser “contrário aos bons costumes”. Ao vir diretamente de Angola para o Brasil, porém, recuperou aqui o acento jocoso, mordaz e sensual que incomodara a sociedade lisboeta.

Nos finais do século XVIII, presente tanto no Brasil como em Portugal, o lundu evolui como uma forma de canção urbana, acompanhada de versos, na maior parte das vezes de cunho humorístico e lascivo, tornando-se uma popular dança de salão.

Em terras brasileiras, a dança do lundu foi cultivada por negros, mestiços e brancos e, durante o século XIX, o lundu virou lundu-canção, sendo apreciado em circos, casas de chope e salões do Império.